Este blog é destinado a pessoas que se interessem pelo assunto da maternidade/paternidade.

Abordaremos assuntos tais como reprodução assistida, adoção, fé, educação, sentimentos, gravidez, curiosidades e muito mais....

Aceitam-se sugestões, idéias e comentários em geral.

Essa frase Quando anseio por um filho é o título do livreto escrito para compartilhar a experiência diante do desejo em ter filhos x a infertilidade.
Temos exemplares à disposição. Entre em contato através do email: sandrade.psiseguros@gmail.com

BREVE HISTÓRICO
Fiz 3 Fertilizações in vitro (FIV), 1 ICSI (outro tipo de tratamento) e 5 inseminações intrauterina, com dois hiperestímulos. Enfrentei dois abortos: espontâneo e gravidez anembrionada. Casada há mais de 10 anos, sem método anticonceptivo, preparando-me para mais uma inseminação, descobri-me grávida de 4 meses. Hoje meu segundo milagre está com quase 2 anos. O primeiro milagre, filho afetivo, tem 8 anos.


sábado, 31 de janeiro de 2009

Texto de Cláudia

Colo de mãe
- Cacau, quéio cóinho!, diz minha sobrinha Sofia, 2 anos

- Ahhhh??? O que você quer Sofia?, digo eu distraída, de mãos dadas com a pequena e olhando vitrine no shopping

- Cóinho, Cacau. Me dá cóinho!

Ia fazer novamente a pergunta, quando a fofura abriu os braços e veio para o meu colo, meu cóinho. Com a boca toda suja de M&M.

Mais uma vez, senti que a maternidade não é o ato de gestar e parir. A maternidade é muito mais que isso. Sinto-me mãe da Sofia, da Catherine, das minhas amigas, da minha mãe, da minha irmã, da minha tia...Estava pensando sobre isso quando recebi um lindo texto de uma amiga, a Patrícia Bono, em que ela diz que a maternidade não está presa nos limites do corpo que, berço esplêndido, carrega e faz nascer, mas está calcada no coração e através dele.

E é por isso que existem três tipos de mãe: a que gesta e pari; a que ama; e a que gesta, ama e pari. Neste sentido, temos que uma mulher não se torna mãe ao ver o seu rebento. Ela já nasce mãe. E por isso é maravilhosa desde sempre. Não existe um dia e hora no calendário para que se transponha a ponte, para que se faça o rito de passagem.

O amor de mãe existe no de dentro da mulher que, mais cedo ou mais tarde, desabrocha. Algumas mulheres desabrocham com a gravidez. Outras com o parto. Algumas seguem pela vida sendo promessas. E há as mulheres que amam. Já nasceram em flor. E amam a cada um que quiser ser um filho seu. A maternidade não é um evento. É um sentimento que não se contém, que transborda, que ilumina.

Colo de mãe é para onde se corre quando está escuro. É para onde se corre, certeiro, quando os problemas aparecem. Os verdadeiros. Os inexistentes. Os imaginários. E se esse colo não existe, onde se pode alcançar proteção? Aconchego? Amor? Talvez seja por isso que vemos pelas ruas mulheres com filhos, mas também temos a oportunidade de ver mães. Eu exercito minha maternidade todos os dias.

Acolho a todos que desejam ser meus filhos. E filho não tem idade. Nem quantidade. Nunca vai ter. E essa minha maternidade me ensina a cada dia. E a cada dia eu me sinto melhor por ter a certeza de ter tocado o coração de alguém. Aprender a respeitar as escolhas do meu semelhante me faz melhor. Entender as dificuldades de cada pessoa, tentando não julgar, me faz me sentir melhor. Demonstrar minhas dificuldades me faz mais tranqüila. Somos todos o reflexo do que damos ao mundo.